O que é Come cotas e como funciona?
- jaislaine Olgin

- 30 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
Come-Cotas:
A cada 6 meses os Fundos, automaticamente, deduzem esse Imposto de Renda dos cotistas, considerando o rendimento obtido nesse período.
A cobrança desse imposto é efetuada em quantidade de cotas, ou seja, calcula-se o número de cotas proporcional ao valor financeiro referente ao IR devido e diminui-se esse número do total de cotas que o cliente possui. Além disso, no momento do resgate da aplicação do investidor, se for o caso, será feito o recolhimento do IR, de acordo com a alíquota final devida, conforme o prazo de permanência desse investimento no fundo.
A cobrança não é feita do saldo disponível, mas sim do número de cotas.
Come-cotas pode impactar os investimentos?
A resposta para essa pergunta é: sim, pode.
E por um motivo muito simples: o come-cotas incide diretamente sobre os rendimentos das aplicações de forma antecipada, pense que, se esse recolhimento de IR fosse aplicado somente no vencimento, os juros compostos seriam trabalhados em uma base de capital maior por meses ou anos, mas como esse resgate é antecipado, semestralmente haverá uma base menor de capital a ser trabalhado e a rentabilidade dessa forma sendo afetada;
Não é diferente de outras aplicações sobre as quais há cobrança do Imposto de Renda.
Então, o rendimento líquido do investimento sempre será menor que o bruto por causa do IR.
Isso só não acontece em investimentos isentos, como é o caso de LCI e LCA, debêntures incentivadas e outros.

Principal desvantagem do come-cotas
É preciso considerar que as alíquotas aplicadas pelo come-cotas não são baixas, principalmente para as aplicações com menos de 180 dias.
Essa é, certamente, a maior desvantagem do sistema, acentuada pelo fato de ele ser cobrado duas vezes ao ano.
3 dicas para evitar o come-cotas:
Como toda regra, também há exceções no come-cotas.
Conheça os fundos que estão livres da cobrança antecipada do IR.
Fundos de ações
Uma boa opção para escapar do come-cotas e aproveitar o que os fundos de investimento têm de melhor é investir em fundos de ações.
Além da isenção de come-cotas, eles apresentam como vantagem a possibilidade de pagar dividendos, dependendo do tipo de fundo e ação que ele tiver sob custódia.
Fundos long-short
Por sua vez, os fundos long short se caracterizam por investimentos em “mão dupla”.
Em geral, esse tipo de fundo trabalha com ações, sendo categorizados em fundos neutros, com exposição limitada a 5%, e direcionais, onde não há limite de exposição.
Neles, o gestor do fundo estuda o mercado para obter rendimentos pelo que se chama de arbitragem, onde o ganho se baseia na diferença obtida em duas transações simultâneas.
Isso acontece quando o fundo compra uma ação, ou seja, faz uma operação long, para vender outra, em short.
Fundos de previdência
Embora preferidos como forma de garantir uma renda na aposentadoria, os fundos de previdência também podem ser contratados com outros objetivos.
São isentos de come-cotas e têm a menor de todas as tributações sobre o resgate, dependendo do tempo da aplicação, com alíquota mínima de 10%.
Outros impostos sobre os fundos: saiba quais são
Não é apenas o IR a incidir sobre fundos de investimento.
Um outro imposto que deve ser considerado ao calcular a rentabilidade é o Imposto sobre Operação Financeira (IOF), que incide no momento do resgate.
A boa notícia é que esse imposto só é cobrado caso o resgate seja feito nos primeiros 30 dias de aplicação.
Vale a pena investir em fundos?
O come-cotas é ruim para os investimentos? Não, necessariamente.
É claro que todo investidor quer ter a máxima rentabilidade, mas muitos são aqueles que ganham dinheiro apesar da cobrança do Imposto de Renda.
Então, não é o come-cotas que vai impedir você de aplicar bem seu dinheiro, não é verdade?
E os fundos de investimento são ótimas opções para isso, justamente pela diversidade de modalidades oferecidas.
Seja você um investidor conservador, moderado ou arrojado, existe um fundo que é a sua cara.
Conclusão
O come-cotas marca presença nos fundos de investimento e, a cada seis meses, vira uma notícia desagradável para os investidores.
Você pode escolher fundos sobre os quais a cobrança antecipada do IR não incide.
Ou pode estudar bons fundos que rendem bem mesmo pagando imposto.
Nos dois casos, informação, conhecimento e estratégia fazem toda a diferença.





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